sábado, 8 de novembro de 2008

Vozes



Estou amarrado pelos pulsos e pelas pernas. Preso a mim!
E eles vêem, a trajar todo aquele ferro, armaduras lustrosas. Com as espadas em riste, avançam para mim.
Um a um, cravam-me no peito punhais. Lentamente, vou morrendo.
Esvaio-me em sangue, escorre-se-me a vida dos olhos como areia dos dedos. Foge-me um ultimo suspiro, cansado, desisto. Paro de lutar.
Estes meus demónios interiores combatem-me como se eu fosse o seu Golias. E derrotam-me, rebaixam-me, humilham-me.
São incorpóreos, mas são vozes. São ecos silenciosos de murmúrios inaudíveis. São gritos ininterruptos.
Cansam-me, moldam-me. Matam-me.
Dão-me medo. E no medo, dão-me a vontade de não morrer.
Vivo suspenso. "Entre o mim e o que em mim".
Não vivo... sobrevivo.

1 comentário:

  1. ás vezes temos de saber deixar certos promenores para trás...bem vindo outra vez...deixa-te ficar por muito mais tempo.

    Um beijo doce
    Viola

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